Grover Furr — O “Holodomor” e o filme “Bitter Harvest” são mentiras fascistas

Introdução do Partido Comunista Português

Com a subida ao poder de fascistas e anticomunistas na Ucrânia, regressaram velhas mentiras históricas. Como a do alegado genocídio de ucranianos por fome alegadamente imposta pelos “estalinistas” em 1932-33: o alegado “Holodomor” retratado no filme “Bitter Harvest” (Colheita Amarga) a circular brevemente em Portugal.

 

Mentiras apoiadas pelos serviços secretos imperiais. Para branquear, saudar e legitimar o poder pró-imperial extremamente reaccionário, imposto na Ucrânia para servir os interesses do grande capital. E também para alimentar a campanha contra Estaline e o socialismo soviético.

 

Esta campanha chegou a Portugal. Em 3 de Março, duas semanas depois de a AR ter condenado a ilegalização do PC da Ucrânia, o PSD propôs um voto de “condenação pelo Holodomor”. O PS – que não gosta de deixar créditos direitistas em mãos alheias, ainda que escondidos por detrás de belas palavras como “homenagem” e “vítimas” – também propôs um voto de «homenagem às vítimas da grande fome na Ucrânia». Ambos os votos foram aprovados. O do PSD, com o apoio do CDS, PAN e um deputado do PS, a abstenção do PS e votos contra do PCP, BE, PEV e três deputados do PS. O do PS, com os votos do CDS, PAN e BE, a abstenção do PSD e votos contra do PCP e PEV. Note-se (mais uma vez!) o alinhamento do BE com o PS.

 

O PCP desmascarou, em certa medida, a “exumação do cadáver de uma campanha lançada há vários anos pela extrema-direita ucraniana”. É uma campanha que desde a Guerra Fria tem sido desmascarada. É claro que muitos cidadãos honestos não têm conhecimento disso. No PSD, PS, etc., também há os desconhecedores; mas, mais do que isso, abundam os desonestos lambe-botas do grande capital e do império.

 

Para os cidadãos desconhecedores mas honestos aqui deixamos ficar a tradução de um excelente artigo de Grover Furr, Professor e especialista em história da URSS da Universidade de Montclair, EUA, publicado na revista Counterpunch em 3 de Março.

Continuar lendo

Resposta à animação “Os Invencíveis”, do Instituto de Memória Nacional da Polônia — Parte 1

Leia também a Parte 2.

Esse instituto produziu uma animação gráfica de viés nacionalista sobre a Polônia, denominada “Os Invencíveis”, que segundo o qual retrata “a história da luta pela liberdade do povo polonês contra as ocupações dos regimes nazista e soviético”.

O vídeo é repleto de incoerências históricas, com um raciocínio simplista que vem acompanhado do sensacionalismo tanto na forma de escrita quanto nas imagens. Isso joga vários véus sobre a realidade histórica e presta um desserviço a quem precisa ter acesso a alguma informação fidedigna sobre os fatos enunciados.

Não é nem mesmo explicado o contexto político que levou à assinatura do tratado de não agressão entre a URSS e a Alemanha, que não tinha nenhuma relação com qualquer plano “para destruir a Polônia”. São ocultados todos os fatos que precederam a invasão nazista, algo útil para alimentar o discurso de que supostamente havia uma espécie de conluio maléfico entre os dois países. Tentam destruir o resgate da memória da resistência armada da esquerda contra o nazismo, de dentro dos campos de concentração. Confiam na propaganda que jogou a responsabilidade pelo Massacre de Katyń nas mãos dos soviéticos. Escondem a ascensão do fascismo, tanto na Polônia quanto em alguns outros países que compunham o que a burguesia chama de “Bloco de Varsóvia”, que continuou atuando mesmo depois da guerra.

Os longos parágrafos que se seguem tentam dar uma resposta a esses ataques mentirosos, tendo um compromisso sério com a verdade, sem apelar para a distorção de fatos históricos com o objetivo de alimentar determinada retórica político-ideológica.

Nesta primeira parte, o foco será dado ao Tratado de Não Agressão Mútua, pelo qual o vídeo passa muito rapidamente – com uma afirmação sensacionalista de duas linhas: “Em 23 de agosto de 1939, Hitler e Stalin firmaram um pacto secreto. O objetivo era destruir a Polônia”.

Continuar lendo

Jason Unruhe — O Livro Negro do Comunismo Desmascarado

Traduzido por Nathan Palmares

Nota do tradutor: No final do artigo, junto com as fontes em que o autor cita todas elas em inglês, deixarei material em português que também ajuda a entender e desmascarar muitas das mentiras, absurdos e bobagens contidas no “Livro Negro do Comunismo”.


 

O Livro Negro do Comunismo Desmascarado

Por Movimento Internacional Maoísta
Primeira edição por Leading Light Communist Organization*
Segunda edição por The Maoist Rebel

O Livro Negro do Comunismo, é uma das distorções mais flagrantes da história. Os números de mortes fraudulentos contidos no livro, são a única fonte do livro mais anti-comunista citado no mundo. O livro esmaga o socialismo e tenta o tornar pior do que o fascismo, sem rodeios, tenta retratar o fascismo como uma coisa boa.

O livro é tão tendencioso e absolutamente sem sentido que em 2001 o Movimento Internacional Maoísta informou a Harvard University Press de seus erros inegáveis. Como resultado o Movimento Internacional Maoista conseguiu com que Mark Kramer admitisse que o livro continha erros matemáticos propositais.

Continuar lendo

Stalinismo e Anti-Stalinismo? — Parte 2

Leia a parte 1: Stalinismo e Anti-Stalinismo? — Parte 1

Além disso, deve-se notar:

Se Khrushchev e Gorbachev, em sua acusação contra Stalin, foram guiados pelo desgosto pela desumanidade, teriam que condenar o imperialismo de maneira semelhante, mas para eles estavam buscando confiança e atribuindo-lhe a capacidade de paz. Em contraste com isso, está a avaliação extremamente positiva de Stalin pelo embaixador dos EUA, Joseph Davies, que também acompanhou os julgamentos de Moscou.

Além das críticas históricas da pessoa de Stalin, considerações politico-teóricas também desempenham um papel na deslegitimação dele. O colapso dos países socialistas europeus, especialmente a União Soviética, teria servido como prova da correção da tese trotskista da impossibilidade de se construir o “socialismo em um só país”, geralmente negando que não era Stalin, mas Lenin, que em 1915 considerou a possibilidade do “socialismo em um só país”. A impossibilidade da completa vitória, definitiva do socialismo num só país sem a vitória da revolução não menos importante em um número de países, é a impossibilidade de uma garantia total contra a intervenção e, consequentemente, contra a restauração da ordem burguesa. Isso adiaria a revolução socialista para o dia de São Nunca. Mas Stalin não só defendeu a tese de Lenin, como também provou ao PCUS que tanto a construção socialista em um país quanto a disputa contra os agressores fascistas eram possíveis.

Continuar lendo

O “Caso dos Médicos” de 1953 na URSS

O discurso de Nikita Kruschev já foi analisado por alguns historiadores e não deve de nenhuma maneira ser absorvido acriticamente. É preciso analisar a fundo o que motivou as acusações feitas em seu “Relatório Secreto”, no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética.

Kruschev afirma que o Caso dos Médicos foi “fabricado por Stalin”. Esse caso foi uma acusação feita a vários médicos no fim dos anos 40, que se estendeu durante mais alguns anos. Foi a transformação de uma justa campanha anti-cosmopolita em uma campanha antissemita. Uma médica do Kremlin, Lydia Timashuk, acusou seu colega Yakov Gilyarievich Etinger de ter de propósito interpretado erroneamente o exame cardiológico de Andrei Zhdanov, para deixá-lo morrer. Até então, consideravam que a morte dele foi por causas naturais.

A versão hegemônica desses acontecimentos, até hoje, é a de que Stalin acreditou nas acusações. Inclusive, certos intelectuais burgueses afirmam que a morte de Stalin foi o que salvou os médicos judeus do julgamento e da execução. Fontes sionistas costumam ir além, considerando o “antissemitismo de Stalin” algo indiscutível. Porém, Stalin tinha sérias dúvidas sobre esse suposto complô, justificando tais dúvidas com o fato de as únicas evidências serem os relatórios da doutora Timashuk, algo que é até relatado por sua filha Svetlana Alliluyeva, em “20 Cartas a Um Amigo”.

Continuar lendo

Josef Stalin — Discurso no VIII Congresso do Komsomol (Liga Comunista Leninista da Juventude de Toda a União)

16 de Maio de 1928

Camaradas, é uma coisa bem vinda nos congressos falar de conquistas. Sem dúvida que nós temos conquistas. Essas conquistas são, é claro, consideráveis, e não há razão para escondê-las. Mas, camaradas, tem-se tornado uma prática entre nós ultimamente de falar tanto de conquistas, e algumas vezes tão afetadamente, que se perde a vontade de falar delas novamente. Permitam-me, assim sendo, sair da prática geral e dizer algumas palavras não sobre nossas conquistas, mas sobre nossas fraquezas e nossas tarefas relacionadas a elas.

Estou me referindo, camaradas, às tarefas envolvidas por questões de nosso trabalho interno de construção.

Continuar lendo

Stalinismo e Anti-Stalinismo? — Parte 1

Eckhard Roth

Artigo no Die Rote Fahne, jornal do Partido Comunista Alemão
(Kommunistische Partei Deutschlands – KPD)

Edição de Maio de 2008

Título original: “Stalinismus oder Anti-Stalinismus?”

No começo de um artigo que faz uma avaliação política de Stalin, primeiro deve-se concordar com os termos usados. Se notamos que há um “marxismo” ou um “leninismo”, é ingênuo assumir que a observação sugere haver um “stalinismo” lógico. Apesar de existirem camaradas que orgulhosamente se consideram stalinistas, é preciso notar que o termo “stalinismo” tem uma origem burguesa e é provido de conteúdo negativo. Atribui-se aos termos “marxismo” e “leninismo” principalmente os benefícios teóricos dos mesmos, enquanto “stalinismo” é descrito como despotismo sanguinário e falsificador dos princípios leninistas. Assim, é necessário afirmar que “stalinismo” é um termo da luta burguesa, que pode encontrar um lugar no vocabulário da esquerda marxista. Ao invés disso, o lógico é falar em anti-stalinismo, como fez Kurt Gossweiler no seminário internacional do partidos comunistas e de trabalhadores em Bruxelas, 1º de Maio de 1994.

Deve ser clarificado agora o conteúdo desse termo burguês e que função ele tem.

O termo Stalinismo leva a revisões parcialmente gerais e revisões parcialmente específicas. No caso geral, é de se notar que qualquer revolução custará a vida de pessoas inocentes, como tem custado já, e que qualquer revolucionário é mostrado pela contrarrevolução como um “assassino”: Müntzer, Cromwell, Robespierre, Lenin, Liebknecht, Luxemburgo e Stalin.

No caso específico, é preciso comentar sobre os Processos de Moscou, que são exibidos pela burguesia como “anos de terror” ou “Grande Expurgo”. Naquela época, era evidente que um confronto militar com a superpotência beligerante, o Reich [Nota do Editor: Império] Alemão, estava em andamento. Havia também o aparato militar de diversos colaboradores do nazismo. No aparato político, havia grupos anti-partido do lado da esquerda – e desvios de direita. De acordo com observadores estrangeiros, os Processos de Moscou foram conduzidos de maneira justa. A opinião da maioria dos diplomatas que atenderam às negociações era de que foi comprovado que os acusados claramente eram conspiradores com o propósito de eliminar o governo e assim a ofensiva da traição se tornou conhecida. Entretanto, também era conhecida a ideia de que os processos foram puramente produções, o que foi considerado como apropriado por alguns observadores com fins propagandísticos. Os Processos de Moscou foram entendidos como uma preparação para a guerra, tendo em vista o incipiente ataque fascista. Os eventos em Moscou devem então ser considerados numa relação causal. Através dessa limpeza, a quinta-coluna hitlerista foi impedida de atuar na Rússia.

Leia a parte 2: Stalinismo e Anti-Stalinismo? — Parte 2

Cai por terra a estória das “fotos alteradas por Stalin”

“Fotomontagem soviética do período stalinista revela detalhe pitoresco”

Por Ícaro Leal Alves

Há muito tornou-se lugar comum considerar o regime socialista soviético do período de Stálin (período de 1923-1953) uma ditadura totalitária horrenda e sanguinária. Tal leitura da história soviética do período de Stálin tornou-se popular após a leitura por Nikita Kruschov, então Secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, do seu relatório secretário sobre o culto a personalidade de Stálin e seus efeitos, perante o plenário de uma seção especial do XX Congresso do PCUS de 1956.

A imagem apresentada de Stálin por Kruschov destoava totalmente do que era então aceita como realidade pelo movimento comunista internacional, apesar de ser completamente condizente com o que diziam os meios de informação dos países burguês-capiÍcaro Leal Alvestalistas, imperialistas ou coloniais.

Continuar lendo

Bill Bland ― Existe um mercado sob o socialismo?

Original em inglês: http://ml-review.ca/aml/BLAND/MarketUnderSocialism.html

Foi sugerido durante o debate que o termo “mercado” tinha relevância apenas para uma sociedade capitalista. Mas o dicionário define o termo “mercado” como

“A demanda .. (por uma mercadoria).” [demand (for a commodity)] (‘Dicionário Oxford de Inglês’, Volume 9, Oxford, 1979;. P 305).

e o termo “demanda” como:

“Uma chamada para uma mercadoria por parte dos consumidores”. [a call for a commodity on the part of consumers] (‘Dicionário Oxford de Inglês’, Volume 4, Oxford, 1979;. P 430).

Continuar lendo

Grover Furr — Falsificação de Baberowski

Texto original em inglês: http://msuweb.montclair.edu/~furrg/research/furr-baberowski10.html
Tradução livre minha. Segue o texto traduzido:
 

Nesta redação examino uma afirmação feita pela professor Jorg Baberowski na primeira página de uma dissertação de 2003 entitulada “Zivilisation der Gewalt. Die kulturellen Ursprunge des Stalinismus”. ( http://edoc.hu-berlin.de/humboldt-vl/136/baberowski-joerg-3/PDF/baberowski.pdf ) Essa afirmação é falsa. Baberowski também faz a mesma afirmação falsa na página 175 de seu livro Der Rote Terror.

Baberowski ocupa uma importante cadeira de história na Universidade de Humboldt, Berlim. Ele é um dos historiadores anticomunistas da União Soviética na Era Stalin mais publicados na Europa. Sua proeminência justifica darmos mais atenção a essa dissertação e suas falsidades deliberadas.

Baberowski faz poucas declarações de fato nessa longa dissertação. Das que faz, menos ainda possuem referências a fontes específicas para a evidência em apoio a tais afirmações. Mais raras ainda são as referências a fontes primárias – o único tipo de evidência merecedora do nome.

Continuar lendo

Lúcio Júnior — Efeitos Especiais de Georg Lukács

Lukács é um autor interessante. Tido por stalinista por alguns, é um dos grandes inspiradores do marxismo ocidental, juntamente com Trotsky e Gramsci. Em um artigo recente de Brian Williams na revista Socialist Action, Williams explicou bem as diferenças entre Lenin e Lukács. Resumindo, são as seguintes: para Lukács, o importante é que o sujeito conheça o objeto, ou seja, que a classe proletária tome consciência de si mesma: aí ela está pronta para a revolução. Para Lenin, a revolução não depende somente da própria classe operária e sim da correlação das classes, massas, partidos e forças, assim como, num dado país, a revolução só irá acontecer quando a classe superior não puder levar as coisas da mesma maneira e quando a classe operária não puder mais viver da antiga maneira. Além disso, é preciso estudar e levar em conta todas as forças e classes que estão em jogo – e não somente se trata de uma identificação entre a classe operária consigo mesma, numa tomada de consciência iluminadora que enche o seu ser de poder. O poder é exterior, não está na consciência. Lukács tende ao idealismo subjetivo, a pensar que a consciência da revolução gera a revolução, a ideia gera a matéria.

Continuar lendo

Stalin e culto à personalidade: o grande mito – Parte 2

Stalin e o “culto à personalidade” – O que há de verdade?

Título original: The ‘Cult of The Individual’ (1934-52)

Lido por William Bill Bland no Stalin Society, organização localizada na Grã-Bretanha, em maio de 1991.

(http://www.stalinsociety.org.uk/)

Em 14 de fevereiro de 1956, Nikita Kruschev, então primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética, publicou um obscuro e enviesado ataque contra Stalin no XX Congresso do Partido: “É de suma importância para restaurar e reforçar por todos os meios possíveis o princípio leninista da liderança coletiva. O Comitê Central condena veementemente o culto individual, alheio ao espírito do marxismo-leninismo”. (NS Kruschev:Relatório para o Comitê Central, 20 o Congresso do PCUS , Fevereiro de 1956, Londres 1956, p. 80-81).

Continuar lendo

Stalin e culto à personalidade: o grande mito – Parte 1

Agosto de 1930:

“Você fala de sua “devoção” por mim. Talvez esta seja uma expressão que pronunciou acidentalmente. Talvez … Mas se não for uma expressão casual, te aconselho a descartar o “princípio” de devoção pelas pessoas. Não é o estilo bolchevique. Seja devoto da classe operária, do Partido, do Estado. Isso é algo bom e útil. Mas não confunda isso com a devoção das pessoas, esse enfeite vaidoso e inútil dos intelectuais sem caráter.” (Stalin em “Letter to Comrade Shatunovsky.” Works, Volume 13, Moscou, 1955, pág. 20).
http://www.marxists.org/reference/archive/stalin/works/1930/08/x01.htm

Continuar lendo

Grover Furr — Leitura (a)crítica e o discurso do anticomunismo

Grover Furr é professor de História e Literatura Inglesa na Universidade de Montclair, New Jersey.

Publicado em The Red Critique, número 11.

Ainda que oficialmente a Guerra Fria havia terminado, o anticomunismo está muito vivo e presente em todos os tipos de discursos—críticos, históricos e políticos—, gozando de uma grande influência tanto no mundo acadêmico como na sociedade em geral. Durante cerca de três décadas ou mais, o comunismo funcionou como o grande inominável na pós-estruturalista “guerra contra a totalidade”. Os ataques contra o “logocentrismo” do “racionalismo ocidental” foram usualmente dirigidos contra o legado burguês do Iluminismo, mas se analisarmos a linguagem destes ataques, Marx vai aparecer no ponto de vista tanto ou mais que Locke e Rousseau.

Continuar lendo

Stalin e a luta pela reforma democrática (II)

Parte 1: https://iglusubversivo.wordpress.com/2012/03/15/stalin-reforma-democratica-1/

Grover Furr (professor de História/Montclair, New Jersey)

http://clogic.eserver.org/2005/furr.html
Tradução: Lúcio Jr
Correção de alguns erros gramaticais: eu mesmo (se tiver mais algum erro, me avisem)

Durante a guerra

1. Quando estava acabando a Segunda Guerra Mundial, Stalin e os seus partidários no Politburo tentaram de novo afastar o Partido Bolchevique do controle direto do governo soviético. Assim é que Yuri Zhukov descreve o que aconteceu:

“Em janeiro de 1944…, pela primeira vez durante a guerra, foi convocado conjuntamente o Comitê Central e uma sessão do Soviete Supremo da URSS. Molotov e Malenkov prepararam um rascunho de um decreto do Comitê Central em que afastava legalmente o Partido do poder. O Partido manteria as suas funções de agitação e propaganda, como também a seleção de quadros; ninguém poderia afastá-lo destas tarefas próprias de partido. O esboço impedia ao Partido intervir nas questões econômicas e no funcionamento dos órgãos do Estado. Stalin leu o rascunho, trocou seis palavras, e escreveu:

Continuar lendo

Stalin e a luta pela reforma democrática (I)

Bibliografias, Notas e Notas Adicionais, na parte 2.
O artigo do professor Furr detalha, conforme pesquisas recentes, o papel de Stálin nos anos 30 e 40. O que é  surpreendente é que, ao invés de burocratizar, Stálin e seu grupo cobraram muito dos dirigentes e sempre tentaram introduzir reformas democráticas. No entanto, Stálin nunca teve tanto poder, como se imagina na histografia de hoje.
STALIN E A LUTA PELA REFORMA DEMOCRÁTICA
Grover Furr (professor de História/Montclair, New Jersey)
Tradução: Lúcio Jr.
Primeira parte

Introdução

1. Este artigo sublinha as tentativas de Stalin, desde os anos 30 até a sua morte, em democratizar o governo da União Soviética.

Continuar lendo

Stalin — Antissemitismo: Resposta a uma Consulta da Agência Judaica Telegráfica nos Estados Unidos

Em resposta ao seu pedido:

O chauvinismo nacional e racial é uma sobrevivência de costumes anti-humanos próprio do canibalismo. O antissemitismo, como uma forma extrema de chauvinismo racial, é a sobrevivência mais perigosa do canibalismo.

O antissemitismo é útil para os exploradores como um para raios que preserva o capitalismo do golpe dos trabalhadores. O antissemitismo é perigoso para os trabalhadores como um caminho falso que se desvia do caminho certo e leva para a selva. Portanto, os comunistas, como internacionalistas consequentes, não podem deixar de ser inimigos implacáveis e amargos do antissemitismo.

Na URSS, a lei persegue de modo mais rigoroso o antissemitismo como um fenômeno profundamente hostil ao regime soviético. As leis da U.R.S.S. punem com a morte os antissemitas ativos.

Josef Stalin
12 de janeiro de 1931.

Publicado primeiramente no Pravda de 30 de novembro de 1936, edição nº 329.


Tradução do espanhol para o português – Comunidade Josef Stálin (com pequenas modificações minhas, comparando com a tradução da carta para o inglês)

Stalin — A Revolução na China e as Tarefas da Internacional Comunista (1927)

A Revolução na China e as Tarefas da Internacional Comunista(1)

J. V. Stálin

24 de Maio de 1927

Primeira Edição: Discurso pronunciado na X.ª Sessão do VIII Pleno do Comitê Executivo da Internacional Comunista.
Fonte: Problemas – Revista Mensal de Cultura Política nº 31 – Nov-Dez de 1950 .

I – Algumas Pequenas Questões

Camaradas!

Devo desculpar-me pelo fato de haver chegado atrasado à reunião do Comitê Executivo e por isso não pude ouvir todo o discurso de Trotski, lido aqui perante o Comitê Executivo.

Penso, porém, que Trotski apresentou durante os últimos dias uma tal massa de literatura, teses e cartas ao Comitê Executivo relativas à questão chinesa que não pode haver entre nós falta de materiais para a crítica da oposição.

Continuar lendo

Chen Po-Ta — Stálin e a Revolução Chinesa

Chen Po-Ta foi Vice-Presidente do Departamento de Informações do Comitê Central do Partido Comunista Chinês. Um colaborador de Mao Tsé-tung, nos anos 80 foi condenado a 18 anos de prisão pelos revisionistas.

Fonte: Problemas – Revista Mensal de Cultura Política nº 23 – Dez de 1949


I – A Ajuda Teórica e Prática de Stálin

Por ocasião das solenidades realizadas em Ienan em comemoração do 60.° aniversário de Stálin, o camarada Mao Tsé-Tung declarou:

Stálin é o líder da revolução mundial. Trata-se de uma questão de suma importância. É um grande acontecimento o fato de a humanidade possuir Stálin. Uma vez que o temos, as cousas podem marchar bem. Como vocês todos sabem, Marx já morreu e também Engels e Lênin. Se Stálin não existisse, quem haveria para nos orientar? Mas desde que o temos — trata-se efetivamente de um acontecimento feliz. Atualmente existe no mundo uma União Soviética, um Partido Comunista e um Stálin. Sendo assim, as questões mundiais podem marchar bem”.

O camarada Mao Tsé-Tung fez ver aos camaradas do nosso Partido Comunista Chinês:

“É nosso dever aplaudi-lo, apoiá-lo e aprender com ele. Devemos aprender com ele em dois sentidos: a sua teoria e a sua obra”.

Continuar lendo

E-books em PDF de “Assim Foi Temperado O Aço” de Nikolai Ostrovsk; e “Stalin, Um Novo Olhar”, de Ludo Martens

ASSIM FOI TEMPERADO O AÇO

A Revolução de Outubro de 1917 constituiu o ponto de partida para uma nova etapa na literatura russa, um dos segmentos-força da nova sociedade, que deveria participar do trabalho e da educação política. ASSIM FOI TEMPERADO O AÇO é singular ao representar o empenho da literatura em auxiliar o Estado revolucionário a educar seus jovens, desenvolvendo nas novas gerações a coragem e a confiança em sua missão de formar e consolidar o Estado soviético. Coragem, confiança, garra, vontade e o mais que fosse necessário para que sua missão fosse comprida era o que não faltava a Pavel, personagem principal desta obra, que lutou até mesmo quando suas condições não mais permitiam. Um clássico do realismo socialista.


Idioma: Português
Autor: Nikolai Ostrovsk

Constituição Soviética de 1936

Tabela de Conteúdo

Créditos e Notas

O texto aqui está baseado na tradução em inglês da constituição adotada em dezembro de 1936, publicada em 1938 pela “Casa de Editoração Política do Estado da U.R.S.S.” (State Political Publishing House of the USSR). As emendas foram adotadas nas sessões 1ª, 2ª, 3ª, 6ª, 7ª e 8ª do Supremo Soviete da U.R.S.S. Elas foram apanhadas da edição de 1941 da Constituição Soviética.

As emendas foram feitas como segue: o Artigo 13 foi emendado nas 6ª, 7ª e 8ª sessões do Supremo Soviete; o Artigo 22 nas 1ª, 2ª, 3ª, 7ª e 8ª; o Artigo 23 nas 1ª, 2ª, 3ª, 7ª e 8ª; os Artigos 26, 28, 29, 49 e 70 na 1ª; o Artigo 48 na 7ª; os Artigos 77, 78 e 83 nas 1ª, 3ª e 8ª. A primeira sessão ocorreu em Janeiro de 1938; a segunda em Agosto; a terceira em Maio de 1939; a sexta em Abril de 1940; a sétima em Agosto; a oitava em Março de 1941. Nas sessões 4 e 5 não houve emendas.

Continuar lendo

Che Guevara, o marxista-leninista

fd6f54_596afc4244ca47fc9a3f0f312f7d8eee-mv2

Alguns esquerdistas, por saberem que o pensamento de Che atrai muitos jovens à causa revolucionária, tentam defender que ele estava se aproximando do pensamento de Trotsky ou até mesmo tentam relacioná-lo ao anarquismo.

Dizem que a partir de 1960, Che passou a se distanciar da política da URSS. Pra eles, essa é uma prova de que Guevara estava se distanciando do marxismo-leninismo (erroneamente denominado pelos anticomunistas de “stalinismo”).

O que eles esquecem de dizer é que Che se distanciou da política da URSS na época de Kruschev, com suas teses oportunistas dos ”dois todos e das três pacíficas”, início de uma época de negação do marxismo-leninismo.

Continuar lendo

Oportunismo – um Permanente Aliado da Burguesia

Eurocomunismo é Anticomunismo
De Enver Hoxha

Parte I

A NOVA ESTRATÉGIA IMPERIALISTA E O NASCIMENTO DO REVISIONISMO MODERNO

Oportunismo
– um Permanente Aliado da Burguesia

O surgimento do revisionismo contemporâneo, assim como do velho revisionismo, constitui um fenômeno social condicionado por diferentes e numerosas causas históricas, econômicas, políticas etc. Considerado em seu conjunto, é um produto da pressão da burguesia à classe trabalhadora e sua luta. O oportunismo e o revisionismo têm estado estreitamente vinculados, desde o início, à luta da burguesia e do imperialismo contra o marxismo-leninismo, têm sido parte integrante da grande estratégia capitalista orientada para minar a revolução e perpetuar a ordem burguesa. À medida que avança a causa da revolução e o marxismo-leninismo vai se difundindo entre as amplas massas populares, o imperialismo tem dedicado uma maior atenção à utilização do revisionismo como sua arma favorita contra a triunfante ideologia do proletariado, como instrumento para solapar esta ideologia.

Continuar lendo

Mentiras sobre a história da URSS

Mário Sousa
15/6/1998

História dos supostos milhões de presos e mortos nos campos de trabalho e pela fome na União Soviética no tempo de Stalin.

Neste mundo em que vivemos, quem consegue escapar às terríveis histórias de mortes suspeitas e assassínios nos campos de trabalho Gulag na União Soviética? Quem consegue escapar às histórias de milhões de mortos pela fomes e de milhões de opositores executados na União Soviética no tempo de Stalin? No mundo capitalista repetem-se estas histórias em livros, jornais, radio, televisão e filme numa quantidade infinita e o mito de dezenas de milhões de vítimas que o socialismo teria causado tem crescido sem limites nos últimos cinquenta anos.

Mas na realidade, de onde vêm estas histórias e estes números? Quem é que está por detrás disto?

E outra pergunta: o que há de verdade nessas histórias? Por exemplo, qual é a informação existente nos arquivos da União Soviética, anteriormente secretos, mas abertos por Gorbatchov à investigação histórica em 1989? Segundo os inventores dos mitos, todas as histórias de milhões de mortos na União Soviética de Stáline se confirmariam no dia em que os arquivos fossem abertos. Foi o que aconteceu? Foi confirmado?

Continuar lendo