Considerações sobre a experiência iugoslava

Nesse post colocarei três textos para formação política e histórica que julgo serem de extrema importância para os comunistas. O primeiro é escrito pelo historiador belga Ludo Martens; o segundo é escrito pelo comunista albanês Enver Hoxha; o último são trechos que julguei mais valiosos de um texto escrito pela redação das revistas chinesas Renmin Ribao e Hongqi, chamado “A Iugoslávia é um País Socialista? Comentário Sobre a Carta Aberta do CC DO PCUS (III)”, em 26 de setembro de 1963.

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O texto abaixo é retirado do livro Stalin, um novo olhar (Un autre regard sur Stalin), do historiador Ludo Martens. Páginas 128 e 190 a 194. Editora Revan.
Link para baixar o PDF da edição portuguesa: http://www.hist-socialismo.com/docs/UmOutroOlharStaline.pdf

A essência do titoísmo

Em 1948, a Iugoslávia tornou-se o primeiro país socialista a voltar-se para o bukharinismo. Tito recebeu o apoio decidido dos Estados Unidos. Desde então, as teorias titoístas infiltraram-se na maior parte dos países da Europa do Leste.

O livro de Cohen, Bukharin and the Bolshevik Revolution, e o publicado pelo social-democrata inglês Ken Coates, presidente da Bertrand Russel Peace Foundation, serviram de base à campanha internacional de reabilitação de Bukharin durante os anos 70. Esta campanha aliava os revisionistas dos partidos comunistas italiano e francês aos sociais-democratas – desde Pelikan a Gilles Martinet – e, é claro, às diversas seitas trotskistas. Estas mesmas correntes apoiariam Gorbachev até ao dia da sua queda. Todos afirmaram que Bukharin representava uma “alternativa bolchevique ao stalinismo e alguns chegaram a proclamá-lo precursor do eurocomunismo.” (L’Affaire Bukharine, Blanc et Kaisergrüber, pp. 11 e 16)

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Oportunismo – um Permanente Aliado da Burguesia

Eurocomunismo é Anticomunismo
De Enver Hoxha

Parte I

A NOVA ESTRATÉGIA IMPERIALISTA E O NASCIMENTO DO REVISIONISMO MODERNO

Oportunismo
– um Permanente Aliado da Burguesia

O surgimento do revisionismo contemporâneo, assim como do velho revisionismo, constitui um fenômeno social condicionado por diferentes e numerosas causas históricas, econômicas, políticas etc. Considerado em seu conjunto, é um produto da pressão da burguesia à classe trabalhadora e sua luta. O oportunismo e o revisionismo têm estado estreitamente vinculados, desde o início, à luta da burguesia e do imperialismo contra o marxismo-leninismo, têm sido parte integrante da grande estratégia capitalista orientada para minar a revolução e perpetuar a ordem burguesa. À medida que avança a causa da revolução e o marxismo-leninismo vai se difundindo entre as amplas massas populares, o imperialismo tem dedicado uma maior atenção à utilização do revisionismo como sua arma favorita contra a triunfante ideologia do proletariado, como instrumento para solapar esta ideologia.

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