Leia a parte 1: Stalinismo e Anti-Stalinismo? — Parte 1
Além disso, deve-se notar:
Se Khrushchev e Gorbachev, em sua acusação contra Stalin, foram guiados pelo desgosto pela desumanidade, teriam que condenar o imperialismo de maneira semelhante, mas para eles estavam buscando confiança e atribuindo-lhe a capacidade de paz. Em contraste com isso, está a avaliação extremamente positiva de Stalin pelo embaixador dos EUA, Joseph Davies, que também acompanhou os julgamentos de Moscou.
Além das críticas históricas da pessoa de Stalin, considerações politico-teóricas também desempenham um papel na deslegitimação dele. O colapso dos países socialistas europeus, especialmente a União Soviética, teria servido como prova da correção da tese trotskista da impossibilidade de se construir o “socialismo em um só país”, geralmente negando que não era Stalin, mas Lenin, que em 1915 considerou a possibilidade do “socialismo em um só país”. A impossibilidade da completa vitória, definitiva do socialismo num só país sem a vitória da revolução não menos importante em um número de países, é a impossibilidade de uma garantia total contra a intervenção e, consequentemente, contra a restauração da ordem burguesa. Isso adiaria a revolução socialista para o dia de São Nunca. Mas Stalin não só defendeu a tese de Lenin, como também provou ao PCUS que tanto a construção socialista em um país quanto a disputa contra os agressores fascistas eram possíveis.
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