Depois da queda dos sistema político-econômicos de vários países socialistas, tornou-se comum ouvir na grande mídia que isso significou “o fim do socialismo”, “o fim da história”, “a vitória final do capitalismo”, “a prova de que o socialismo não funciona”. Qual é o problema dessa visão? É o que este texto tenta responder.
Fala-se muito do “colapso do socialismo na União Soviética”, porém o termo “colapso” é um erro semântico, por dar a ideia de que a razão para o fim da URSS foi uma falha supostamente inerente ao socialismo. Apesar de ter algumas causas internas, também teve causas externas importantes. Tentarei clarificar todas neste artigo.
A conquista do poder pelo proletariado e a eliminação de velhas instituições burguesas não levam por si próprias à instauração de novas relações de produção, nem estas novas relações surgem imediatamente, nem são ordenamentos legislativos instaurados mediante decisão estatal. Recai sobre o poder proletário a responsabilidade de criar instituições sociais adequadas às forças produtivas e de desenvolver tais forças, tecnicamente e politicamente (neste aspecto, dar a elas um viés coletivista e democrático, bem diferente do que se encontra em qualquer empresa capitalista, por exemplo).
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